terça-feira, 15 de setembro de 2009

A polêmica da bolsa...família

O Bolsa Família se constitui como um repasse direto de renda aos menos favorecidos. Essa política publica possibilita uma liberdade de escolher o que fazer com a renda disponibilizada, exigindo uma contrapartida: o filho na escola e não trabalhando.

Já o Lula, em sua entrevista para a TV (segunda parte do vídeo), fala do repasse de bens materiais, como a comida em si, para os desfavorecidos, sem uma contrapartida. O que caracteriza uma ação assistencialista.



O bolsa família é uma tentativa de solução da desigualdade que é característica essencial do capitalismo, como a concentração de renda, no qual o nosso país é um exemplo clássico. Quanto maior a desigualdade maior o assistencialismo. Então seria uma contradição entender uma política de redistribuição de renda direta (bolsa família) como política assistencialista.



Dentro dessa perspectiva devemos ter mais atenção com a redução na disparidade salarial presente na realidade brasileira, pois a diferença do salário mínimo para o presidente de uma fábrica ultrapassa os 400%.



Estaria também na questão salarial, outro ponto que deveríamos creditar um sucesso ao governo Lula, pois o salário real atualmente é superior aos governos antecessores. O salário mínimo hoje vale mais do que 200 dólares. Ademais, sem o bolsa Família o trabalhador vendia a sua força de trabalho por qualquer preço para obter recursos. Agora, o preço pago pela sua força de trabalho deve ultrapassar o que ele recebe no bolsa familia. E isso como bem colocou Lula caracteriza para os ignorantes como preguiça, entre outras questões.



A critica ao governo lula se dá na esfera macro econômica ao favorecer a permanência de juros altos o que inviabiliza o investimento direto na economia real que gera postos de trabalho, assim como favorece aqueles que tem mais dinheiro para investimentos no mercado financeiro. Soma-se a essa política macro economia uma quantidade de redusos públicos destinados ao mercado financeiro em detrimento de investimentos na educação saúde e infraestrutura.



Se o governo utiliza o Bolsa família como campanha eleitoral, cabe a nós refutarmos essa ação publicitária ultrajante, mas não irmos contra uma ação para a redução das desigualdades existentes no país. Deveríamos era centrar esforços em melhores condições de trabalho e melhores salários em busca da redução da concentração de renda.





Henrique Campos e Eudes Cunha